Por que e para quê sofremos? Qual o significado do sofrimento? Como devemos reagir?

Prezados amigos, gostaria de deixar algumas palavras no blog, como consolo e incentivo a que todos os cristãos encontrem em Cristo o sentido da vida, e aprendam a compreender qual é o caminho que leva ao tão desejado Reino dos Céus.
Na Bíblia Jesus orienta, entrem pela porta estreita, porque largo é o caminho que leva à perdição. Não é preciso ser um exegeta ou um estudioso bíblico para compreender que Jesus está dizendo que o caminho para o Reino de Deus não é fácil, exige esforço e não se chega sem sofrimento.

Apesar de ser parte do caminho, o sofrimento nos causa uma certa repulsa e medo, principalmente quando não há o devido aprofundamento na fé.

Com efeito, quando somos muito superficiais, não temos ânimo para suportar sofrimentos, e com facilidade desistimos de qualquer propósito, em alguns casos – e numa situação mais extrema- da própria vida.
Entretanto, o sofrimento esteve presente na vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, desde o seu nascimento até a morte na Cruz.

De fato, Jesus nasceu em uma família pobre e, logo ao nascer, foi perseguido por Herodes. Em razão disso, a Sagrada Família foi obrigada a refugiar-se no Egito, lá permanecendo por alguns anos, em um lugar diferente, um país idolátrico e politeísta, com profundos contrastes com a fé judaica.

Após iniciada sua vida pública, Jesus passou a sofrer perseguições, em razão da inveja dos que usufruíam do poder naquele tempo.

Mas não foi só isso. Jesus também sofreu entre os seus seguidores e familiares, muitas vezes ouvindo queixas e murmurações.

Culminou com a sua amarguíssima Paixão, ocasião em que sofreu todos os suplícios possíveis e imagináveis, aliás, inclusive além da imaginação, culminando com a morte, e morte de cruz.

Os apóstolos também sofreram. Jesus mesmo disse: “Assim como o Pai me amou eu amo vocês”, e mandou-os pelo mundo afora, para pregarem a Palavra, e sofrerem muitas afrontas e perseguições.

Nem mesmo a Mãe do Senhor esteve livre do sofrimento, a ponto de ter a própria almas transpassada por uma espada de dor.

Os que sucederam os apóstolos também sofreram.
Entre os santos, não há um que não tenha sofrido muito. Apenas para exemplificar, lembramos Padre Pio de Pietrelcina, que sofreu durante cinquenta anos toda sorte de perseguições, além sofrimentos físicos e morais.
Portanto, não é difícil concluir que na vida ninguém passa sem sofrer tribulações. A uns é dado sofrer de uma forma, outro de outra, mas ninguém – repita-se – ninguém passa pela vida sem sofrer.

O caminho do Reino dos Céus é o caminho da Santa Cruz, que o próprio Cristo trilhou e mostrou, dizendo: “Aquele que quiser vir após mim, toma sua cruz e segue-me.”

Diante desta constatação, de que ninguém (nem mesmo os maus) passa pela vida sem sofrimentos. Que o próprio Jesus sofreu, que os santos sofreram, é porque o SOFRIMENTO, além de necessário e inevitável, é extremamente redentor e vivificador.
Isso tanto é verdade que os santos chegavam ao ponto de desejar o sofrimento, e agradecer a Deus por ele.
Abaixo transcrevo um fragmento do Diário de Santa Faustina (A Misericórdia de Deus na Minha Alma), parágrafos 342 e 343:

“...342 O sofrimento é o maior tesouro da Terra. – purifica a alma. No sofrimento conhecemos quem é nosso verdadeiro amigo. O verdadeiro amor é medido com o termômetro dos sofrimentos. 343 Jesus, agradeço-Vos pelas pequenas cruzinhas diárias, pelas contrariedades nos meus planos, pelas dificuldades na vida em comum, pela má interpretação das minhas intenções, pela humilhação que sofro dos outros, pelos procedimento rude comigo, pelos julgamentos injustos, pela saúde fraca e esgotamento físico, pela abnegação da vontade própria, pelo aniquilamento do próprio eu, pela incompreensão em tudo, pelo transtorno de todos os meus planos. Agradeço-Vos, Jesus, pelos sofrimentos interiores, pela aridez do espírito, pelos temores, medos e incertezas, pelas trevas e espessa cerração interior, pelas tentações e diversas provações, pelos tormentos que são difíceis de exprimir e, especialmente, por aqueles em que ninguém nos compreenderá, pela hora da morte, pela dificuldade na luta nela, por toda a amargura.

Agradeço-Vos, Jesus – que primeiro bebestes esse cálice de amargura, antes de o entregardes a mim, atenuado. Eis que aproximei os lábios dos cálice da Vossa santa vontade; seja feito em mim tudo de acordo com os vossos gostos, seja feito comigo o que a Vossa sabedoria planejou antes dos séculos. Desejo esgotar o cálice dos destinos até a última gota, sem investigar seus significados; na amargura está a minha alegria, no desespero a minha confiança. Em Vós, Senhor, tudo o que dá o Vosso Coração de Pai é bom; não preferindo consolos às amarguras, nem amarguras aos consolos, por tudo isso vos agradeço. ...”

Por último, observo que ninguém compreende melhor a Paixão de Cristo, senão aquele que sofre penas semelhantes.



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